"OS MARADOS"

"OS MARADOS"
A CPM 8240 serviu em Moçambique entre 8 de Outubro de 1972 e 8 de Outubro de 1974. Ligada ao Comando de Cargas Críticas, do Coronel Craveiro Lopes, andou 16 meses a fazer escoltas de material importante para a Barragem de Cabora Bassa, Situada no Songo, no centro do Distrito de Tete. A Barragem de Cabora Bassa era uma peça muito importante na Geo-estratégia concebida para Moçambique, quer a nível militar, quer económico e previa a instalação de um milhão de colonos europeus no planalto do Songo. Actualmente a energia está a ser vendida para a Africa do Sul. Os últimos 8 meses de comissão, foram passados garantindo a segurança na Cidade da Beira. Missão cumprida briosamente e de que todos os "MARADOS" se orgulham".

RECORTE DO JORNAL "THE RHODESIA HERALD"

TRADUÇÃO

Nos anos de guerrilha e de tensões de uma cidade ameaçando uma revolução, eles chamam-se a eles próprios "A COMPANHIA DOS MARADOS".
Hoje, na Beira, as suas boinas castanhas são símbolo de Lei e Ordem. Eles são a CPM 8240, a Unidade de Polícia Militar com cerca de 140 homens destacados na Beira.
Na passada semana eles tiveram um papel fundamental na manutenção da paz e mantiveram sob controle a onda de violência e destruição que assaltou Lourenço Marques.
Na manhã de segunda feira eles entraram em acção sob ordens directas do Comando Militar para retirar da principal praça municipal (Praça do Município), os 2000 apoiantes do movimento para a libertação de Moçambique. Revolucionários que queriam impedir o Acordo de Lusaka.
Em quinze minutos a praça estava nas mãos deles (CPM 8240). Apoiados pelo esquadrão de motim da polícia civil, usaram granadas de gás lacrimogéneo para obrigarem as pessoas a sair. Quinze civis ficaram com ferimentos ligeiros e isto, no meio da atmosfera tensa e emocional deste território, foi excepcional.
Um membro africano da polícia de intervenção foi morto por uma granada atirada por um civil. Outro civil ficou ferido por um tiro de pistola dado por um dos apoiantes.
Mas quando a praça ficou livre a PM, como são conhecidos por aqui, usou a palavra e o diálogo e não a acção para manter a multidão afastada.
A Companhia - Eles cantam a sua "canção da companhia" ao som dos Boinas Verdes, canção do Vietname, quando entram em acção - é muito unida, orgulhosa e com a reputação de ser uma das forças de elite portuguesa.
O seu lema é "MORTE OU GLÓRIA" e a sua bandeira mostra o mapa de Moçambique - apesar de todos os homens serem de Lisboa - lanças cruzadas debaixo de uma caveira e ossos cruzados, um leopardo deitado por cima de tudo.
Na noite anterior ao dia em que "limparam" a praça eu fui convidado a passar um pequeno período de 15 minutos nas suas camaratas (quartel) na Beira. Nada de câmaras ou outro equipamento, disseram-me. Eu acabei por ficar 3 horas para ver uma demonstração de quão elite eles realmente eram.
Durante 4 dias os homens ficaram praticamente sem dormir num alerta constante de 24 horas para acabar com qualquer problema que pudesse surgir. Com as notícias de Lourenço Marques a piorarem, existiam receios de que a violência alastrasse para a Beira.
À 1 hora da manhã, com os homens a descansar ou a dormitar nos seus quartos (casernas), o comandante, um duro Capitão profissional com anos de experiência, fez soar o alarme.
As camaratas ficaram de imediato mergulhadas numa enorme agitação. Em 40 segundos todos os homens estavam lá fora, totalmente equipados para combate e a entrar para os camiões e jipes que os conduziriam ao local do problema.
"Eles dormem com as botas calçadas", disse o Capitão.
Em seguida eles marcharam à volta da parada numa demonstração de precisão do distinto passo de ganso militar português.
"Homens. Estou orgulhoso de vocês. Foram magníficos e este foi o melhor que alguma vez vos vi fazer". Louvou o Capitão aos homens.
Em seguida eles "amontoaram-se" na messe e beberam cerveja. Um Soldado com uma voz espectacular pôs todos a cantar a canção da companhia vezes e vezes sem conta e o Capitão era visivelmente um homem feliz.
Em Outubro deste ano os seus 2 anos de destacamento (comissão) em Moçambique chegarão ao fim e todos estão ansiosos por sairem de cá e voltarem para casa. "Mas cá," disse um dos Soldados mais novos, "nós somos a companhia e somos os melhores".
O alarme verdadeiro soou enquanto eu lá estava. Em questão de segundos eles estavam de volta aos veículos e lá foram eles. Eram apenas 3 Soldados à luta num bar mas ainda assim a "Companhia dos Marados" acelerou pelas ruas da Beira cantando a sua canção.

História - Tom Ballantyne
Foto - Peter Jordan
The Rhodesia Herald
Terça-Feira, 17 de Setembro de 1974 
RECORDANDO O NOSSO CAMARADA JOÃO HENRIQUE GONÇALVES NA SUA PARTICIPAÇÃO, ESCRITA, MÚSICA E INTERPRETAÇÃO, EM VÁRIOS FESTIVAIS RTP DA CANÇÃO 
JOÃO HENRIQUE GONÇALVES EM 1972

PARTICIPAÇÃO EM 2010 NO LIVRO "DEZ DEDOS, DEZ SEGREDOS", DE MARIA ALBERTA MENÉRES QUE INCLUI UM CD COM MÚSICAS DE SUA AUTORIA

OS MARADOS ESTÃO EM FESTA,
O CAMARADA JOAQUIM VARANDA COMPLETOU
61 PRIMAVERAS

PARABÉNS VARANDA
MUITAS FELICIDADES
E MUITOS ANOS DE VIDA